segunda-feira, 18 de maio de 2015

Todos pecaram - John Murray

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1898 – 1975

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” [Romanos 3:23]
“…A cláusula “todos pecaram” (v.23) encara o pecado de cada ser humano como “um fato histórico do passado” (Meyer, ad loc.). O tempo verbal empregado abrange todo aspecto no qual possa ser contemplada a pecaminosidade da raça humana; e não seríamos capazes de defender a ideia de que tal declaração se restringe ao pecado de Adão e ao envolvimento de sua posteridade (cf. Rm 5:12). O interesse do apóstolo, nesta altura, é afirmada que, sem importar as diferenças que existem entre os membros da raça, no tocante ao agravamento que intensifica a pecaminosidade de cada um, todos eles, sem exceção ou discriminação, encontram-se na categoria de pecadores (cf. v.9-10).
O significado da cláusula coordenada “e carecem da glória de Deus” não se torna evidente de imediato; existem diversas possibilidades. O verbo grego similar “faltar”, “ter falta de”, “estar destituído de” (cf. Mt 19:20Lc 15:141Co 1:71Co 8:81Co 12:24Fp 4:12). Refere-se a uma condição e não a uma ação, embora, é claro, tal condição possa originar-se da ausência de uma ação que remediaria ou impediria a condição. O pensamento que suscita dificuldade e respeito do qual os comentadores diferem é este: no que consiste a glória de Deus que nos falta e da qual estamos destituídos? Existem quatro possibilidades:
(1) deixa de render glória a Deus, de glorificá-Lo ou de fazer aquilo que contribui para o louvor de sua glória (quanto a este uso de termo “glória”, cf. Lc 17:18At 12:23Rm 4:201Co 10:312 Co 4:152Co 8:19Fp 1:11Fp 2:111Ts 2:6Ap 4:9,11Ap 11:13;Ap 14:7Ap 16:9);
(2) deixar de receber a glória, a honra ou a aprovação que são proporcionadas por Deus (cf. Jo 5:41,44Jo 8:50Jo 12:43Rm 2:7,10Hb 3:31Pe 1:72Pe 1:17);
(3) ficar aquém do refletir a glória de Deus, ou seja, não conformar-se à sua imagem (cf. 1Co 11.72Co 3.182Co 8.23);
(4) deixar de receber aquela glória final que será dispensada ao povo de Deus, por ocasião da volta de Cristo (cf. Rm 5.2Rm 8:18,211Co 2:71Co 15.432Co 4:17Cl 1:27Cl 3.42Ts 2:142Tm 2:10Hb 2:101Pe 5:1,4).
Esta dificuldade torna-se acentuada pelo fato de não existir qualquer expressão correspondente a esta no Novo Testamento, e uma boa argumentação poderia ser apresentada em favor de cada uma destas quatro interpretações. Poderíamos apenas indicar que as considerações pendem levemente em favor da interpretação 3.
(a) Paulo usa o tempo presente de um verbo que descreve um estado ou uma condição. Portanto, deveríamos concluir que ele estava pensando sobre a condição presente de todos os homens, a qual tem origem no pecado; e isso está coordenado com o fato de que todos pecaram. Esta consideração tornaria a interpretação 4 menos sustentável.
(b) Se a interpretação 1 fosse a tencionada pelo apóstolo, seria razoável supor que ele teria inserido algum outro vocábulo, tal como “dar” glória a Deus, de acordo com o padrão do uso geral do Novo Testamento ou de acordo com os padrões do próprio apóstolo; ou teria utilizado a preposição “para”, adaptando toda a expressão de modo que dissesse “para a glória de Deus”, tal como se vê nas passagens citadas na interpretação 1.
(c) Embora possamos, conforme o uso costumeiro do Novo Testamento, aplicar a frase “a glória de Deus” ao louvor que vem da parte de Deus (cf. Jo 12:43), a forma mais perspicaz, nesta conjuntura, seria “glória da parte de Deus”.
(d) É característico de Paulo retratar aquilo que a redenção garante, em contraste com aquilo que fora trazido pelo pecado, como uma transformação segundo a imagem de Deus (cf. 2Co 3:18). Ao expor em detalhes a nossa presente condição, nada seria mais pertinente ou descritivo do que defini-la em termos de nossa destituição. Estamos destituídos daquela perfeição que reflete a perfeição divina e, por conseguinte, da glória de Deus.
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John Murray –  Comentário Bíblico em Romanos – Editora Fiel, p.139-141
Fonte: Monergismo

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Apresentação do 'Prática da Piedade'

O testemunho da Escritura é de que a Piedade é proveitosa para todas as coisas, residindo nela a promessa da vida que é, e da vida que há de vir [cf. 1 Timóteo 4:7,8].

E o que é Piedade?
É a qualidade de uma determinada prática de vida relacionada a Santidade pessoal, contrária às paixões carnais e mundanismo [Tito 2:11-13; 2 Pedro 3:10-12]. A palavra no original Grego do Novo Testamento, traz consigo o significado de uma ordeira e boa resposta do coração em reverência ao Senhor Deus. Uma outra forma de definir Piedade é descrevê-la como uma atitude pessoal para com o Senhor Deus, na forma de uma vida cujo objetivo é honrá-lO e agradá-lO.

A Piedade é proveitosa para a vida agora, conduzindo-nos em Cristo para toda a paz para com Deus, que nEle se pode receber; regozijo no Senhor, em nosso espírito, com todo prazer e alegria em Deus, nosso bom Pai e Salvador; contentamento para com os atos da Providência do Senhor. A Piedade não nos conduzirá a prosperidade, boa reputação, amigos, saúde ou tranquilidade - nada disto é prometido para o Piedoso; mas, quão maior é a felicidade de sabermos que o Piedoso será ouvido pelo Senhor em suas orações, e terá alegria nEle desde agora e para sempre! Na Piedade há promessa e esperança, de Cristo, em quem se esconde a vida do Crente, de estar unido com Cristo agora e por toda eternidade.

Nas palavras de Thomas Watson, "Como a jóia está para o anel, assim a Piedade está para a alma, ornando-a aos olhos de Deus. A Razão nos faz humanos; a Piedade nos faz anjos sobre a Terra; pela Piedade nós 'tomamos parte da natureza Divina' [2 Pedro 1:4]. A Piedade é mui próxima da glória: é 'glória e virtude' [2 Pedro 1:3]. A Piedade é a Glória em forma de semente; e a Glória é a Piedade em flor."

Assim, cremos, está mais do que justificado nosso desejo e obra em dedicar este Blog a tudo o que for útil e exemplar para nos exortar e dirigir na Prática da Piedade. Oh, Senhor, ajuda-nos, sustenta-nos, guia-nos e frutifica este trabalho!

Teologia e Pregação Reformada Experimental

O que é Teologia e Pregação Reformada Experimental? Muitas vezes chamado de Calvinismo Experimental ou Calvinismo Experiencial, se refere a uma tal forma de religião, construída sobre a Escritura Somente, fundamentada em Cristo Jesus, na qual, buscando-se incessantemente a Glória de Deus em todas as coisas, se testa ou prova, se exercita no conhecimento prático de toda Doutrina Bíblica. Entendemos que há uma vital relação entre a Teologia Prática e a Piedade; como a Escritura diz, é desejável e há regozijo e benção no exercício do Conhecimento da Verdade que é segundo a Piedade [Tito 1:1].

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