segunda-feira, 18 de maio de 2015

Aprendendo a batalhar com Cristo - John Knox

0 comentários
1514 – 1572


Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” [Mt 4:4]
“…Aprenderemos, agora, com quais armas devemos lutar contra tais inimigos e assaltos, na resposta de Jesus: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus“.
A resposta de Cristo prova aquilo que estivemos mencionando antes, pois a menos que o propósito de Satanás tenha sido demover Cristo de toda esperança na providência misericordiosa de Deus concernente a Ele, naquela sua necessidade, Cristo não respondeu diretamente às palavras de Satanás: “ordene que estas pedras se transformem em pães” (Mt.4:3). Mas Jesus Cristo, percebendo sua astúcia e malícia sutis, respondeu diretamente ao significado delas, desconsiderando suas palavras. Nesta resposta Satanás foi tão frustrado, que teve vergonha de replicar além, sobre este assunto.
Mas para que você entenda melhor o significado da resposta de Cristo, a expressaremos em outras palavras: “Você labora“, Cristo diria, “em trazer ao meu coração dúvida e suspeita com relação a promessa de meu Pai, que foi publicamente proclamada no meu batismo, por causa da minha fome e da carência de toda provisão carnal. Você é audacioso em afirmar que Deus não cuida de mim. Mas você é enganador e sofista corrupto, e seu argumento é vão e repleto de blasfêmias; pois você vincula o amor, misericórdia e providência de Deus, a ter ou carecer da provisão carnal, o que não nos é ensinado em nenhuma parte das Escrituras de Deus, mas antes, elas expressam o contrário. Como está escrito ‘Nem só de pão…’, ou seja, a vida e a felicidade do homem não consistem na abundância de coisas corpóreas, pois a possessão delas não abençoa ou torna feliz o homem, nem a falta delas é a causa da sua miséria final; mas a vida do homem consiste em Deus e nas suas promessas, e os que nelas se apegam sinceramente, viverão a vida eterna. E embora todas as criaturas na terra o desamparem, sua vida corpórea não perecerá até que o tempo apontado por Deus chegue. Pois Deus tem meios para alimentar, preservar e manter, ignorados pela razão humana e contrários ao curso comum da natureza. Ele alimentou seu povo Israel no deserto quarenta anos sem provisão humana. Ele preservou Jonas na barriga do grande peixe e manteve e guardou os corpos dos seus três filhos (Sadraque , Mesaque e Abede-Nego) no fogo da fornalha. A razão e o homem natural não viam saída nestes casos, a não ser destruição e morte, e julgariam que Deus havia retirado o Seu cuidado destas suas criaturas; e todavia, sua providência foi mais zelosa em relação a eles no limite dos perigos que enfrentaram, dos quais Ele os libertou de tal forma (e durante os assistiu), que sua glória, que é sua misericórdia e bondade, apareceu e sobressaiu-se mais, depois de seus problemas, do que se eles tivessem sucumbindo neles. E por esta razão, eu não meço a verdade e favor de Deus pelo fato de ter ou não necessidades físicas, mas pela promessa que Ele fez para mim. Assim como Ele é imutável, também são a sua palavra e promessa, as quais, Eu creio, me apego e sou fiel, independentemente do que possa vir externamente ao corpo”.
Nesta resposta de Cristo podemos discernir quais armas devem ser usadas contra nosso adversário, o diabo, e como devemos refutar seus argumentos, que, com astúcia e malícia, ele faz contra os eleitos de Deus. Cristo poderia ter repelido Satanás com uma palavra ou pensamento, ordenando-o calar, como Aquele a quem todo poder foi dado no céu e na terra. Mas foi agradável a sua misericórdia, nos ensinar como usar a espada do Espírito Santo, que é a palavra de Deus, na batalha contra nosso inimigo espiritual. O texto da Escritura mencionado por Cristo, encontra-se no oitavo capítulo de Deuteronômio. Foi dito por Moisés, um pouco antes de sua morte, para firmar o povo na misericordiosa providência de Deus; pois no mesmo capítulo, e em outros depois deste, ele avalia a grande luta, os diversos perigos e as necessidades extremas que eles tiveram que suportar no deserto, no período de quarenta anos; e quão constante Deus tinha sido em mantê-los e em cumprir sua promessa, conduzindo-os através de todos os perigos até a terra prometida. E assim, este texto da Escritura responde, mais diretamente, às tentações de Satanás, pois Satanás raciocina deste modo(como mencionei antes): “Tu estás em pobreza e não tens provisão para sustentar tua vida. Isto prova que Deus não considera e nem toma conta de Ti, como Ele faz com os seus filhos escolhidos“, Jesus Cristo responde: “Teu argumento é falso e vão, pois pobreza ou necessidade não excluem a providência ou cuidado de Deus, os quais são facilmente provados pelo exemplo do povo de Israel, que no deserto, muitas vezes, necessitou de coisas necessárias ao sustento da vida e, por carecerem delas, invejaram e murmuraram. Apesar disto, o Senhor nunca retirou deles seu cuidado e providência, mas, em conformidade ao que uma vez falou, a saber, que eles eram seu povo peculiar, e em conformidade a promessa feita a Abraão e àqueles que saíram do Egito, Ele continuou sendo seu guia e condutor, até que os colocou na tranqüila possessão da terra de Canaã, não obstante a grande debilidade e as diversas transgressões do seu povo“.
Assim, nós somos ensinados, por Jesus Cristo, a repulsar Satanás e seus assaltos pela palavra de Deus e a aplicar os exemplos de sua misericórdia, mostrada a outros antes de nós, para nossa alma nas horas de tentação e nos tempos de nossas tribulações; pois aquilo que Deus faz a alguém em determinada época, cabe a todos que confiam e dependem Dele e nas suas promessas. Por esta razão, por mais que sejamos assaltados pelo nosso adversário Satanás, encontramos, na Palavra de Deus, armadura e armas suficientes.”…
___________________________________________________________________
John Knox – Select Practical Writings, p.245 (Sermon – On Christ Temptations in the Wilderness)
Fonte – Monergismo

Leave a Reply

Apresentação do 'Prática da Piedade'

O testemunho da Escritura é de que a Piedade é proveitosa para todas as coisas, residindo nela a promessa da vida que é, e da vida que há de vir [cf. 1 Timóteo 4:7,8].

E o que é Piedade?
É a qualidade de uma determinada prática de vida relacionada a Santidade pessoal, contrária às paixões carnais e mundanismo [Tito 2:11-13; 2 Pedro 3:10-12]. A palavra no original Grego do Novo Testamento, traz consigo o significado de uma ordeira e boa resposta do coração em reverência ao Senhor Deus. Uma outra forma de definir Piedade é descrevê-la como uma atitude pessoal para com o Senhor Deus, na forma de uma vida cujo objetivo é honrá-lO e agradá-lO.

A Piedade é proveitosa para a vida agora, conduzindo-nos em Cristo para toda a paz para com Deus, que nEle se pode receber; regozijo no Senhor, em nosso espírito, com todo prazer e alegria em Deus, nosso bom Pai e Salvador; contentamento para com os atos da Providência do Senhor. A Piedade não nos conduzirá a prosperidade, boa reputação, amigos, saúde ou tranquilidade - nada disto é prometido para o Piedoso; mas, quão maior é a felicidade de sabermos que o Piedoso será ouvido pelo Senhor em suas orações, e terá alegria nEle desde agora e para sempre! Na Piedade há promessa e esperança, de Cristo, em quem se esconde a vida do Crente, de estar unido com Cristo agora e por toda eternidade.

Nas palavras de Thomas Watson, "Como a jóia está para o anel, assim a Piedade está para a alma, ornando-a aos olhos de Deus. A Razão nos faz humanos; a Piedade nos faz anjos sobre a Terra; pela Piedade nós 'tomamos parte da natureza Divina' [2 Pedro 1:4]. A Piedade é mui próxima da glória: é 'glória e virtude' [2 Pedro 1:3]. A Piedade é a Glória em forma de semente; e a Glória é a Piedade em flor."

Assim, cremos, está mais do que justificado nosso desejo e obra em dedicar este Blog a tudo o que for útil e exemplar para nos exortar e dirigir na Prática da Piedade. Oh, Senhor, ajuda-nos, sustenta-nos, guia-nos e frutifica este trabalho!

Teologia e Pregação Reformada Experimental

O que é Teologia e Pregação Reformada Experimental? Muitas vezes chamado de Calvinismo Experimental ou Calvinismo Experiencial, se refere a uma tal forma de religião, construída sobre a Escritura Somente, fundamentada em Cristo Jesus, na qual, buscando-se incessantemente a Glória de Deus em todas as coisas, se testa ou prova, se exercita no conhecimento prático de toda Doutrina Bíblica. Entendemos que há uma vital relação entre a Teologia Prática e a Piedade; como a Escritura diz, é desejável e há regozijo e benção no exercício do Conhecimento da Verdade que é segundo a Piedade [Tito 1:1].

Tópicos

 
A Prática da Piedade © 2011 DheTemplate.com & Main Blogger. Supported by Makeityourring Diamond Engagement Rings

You can add link or short description here