segunda-feira, 18 de maio de 2015

Como o Espírito nos capacita a orar - Thomas Boston

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1676 - 1732


“…Existem dois tipos de orações.
Em primeiro lugar, uma oração realizada em virtude de um dom de conhecimento e de expressão. Esta é agraciada por entre muitos réprobos, e esse dom pode ser útil aos outros e à igreja, mas como essa oração tem apenas essa característica, ela não é aceita, nem colocada por Cristo diante do Pai, para ser aceita.
Por outro lado, há uma oração que é feita diante dos homens, por ação do Espírito Santo, conforme está em Zc 12:10: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas”, e que é a única oração aceitável a Deus. Segundo Tiago 5:16, “Confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sejais curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo“. A palavra “eficácia” provém da palavra grega “decoração“. Orar direito é orar no Espírito. É uma tempestade que sopra sobre o céu, o sopro do Espírito por entre os santos, que os transporta pela oração, e os coloca diante do trono.
O Espírito nos ajuda a orar por dois caminhos
1. Como um Espírito que nos ensina e instrui, fornecendo o tema adequado da oração, fazendo com que nós saibamos o que orar, conforme Rm 8:26, iluminando a mente no conhecimento de nossas necessidades e nas dos outros. O Espírito traz à nossa lembrança estas coisas, sugerindo-as conforme a palavra, juntamente com as promessas de Deus, em que a oração é sustentada, segundo João 14:26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito“. Por isso é que os santos são por vezes levados em oração a coisas para as quais els não tinham a mesma visão de antes, e levado a algumas coisas que tinham.
2. Como um Espírito que se move rápido e de modo emocionante, também segundoRm 8:26, o Espírito qualifica a alma por meio de ações de graças e afetos, trabalhando no senso individual de oração pelas necessidades, fé, fervor, humildade etc – Salmos 10:17: “Senhor, tu ouviste os desejos dos mansos; prepararás seu coração e inclinarás os teus ouvidos para ouvir“. O homem pode ir de joelhos em uma atitude muito despreparada para a oração mas, quando o Espírito sopra, ele é ajudado. É por esta razão que diz-se a respeito do Espírito como quem faz intercessão por nós, ou seja, à medida que ele ensina e vivifica, coloca-nos em um quadro de oração na mente, e carrega as nossas petições, por assim dizer, ao que atenta o Mediador.”…
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Thomas Boston – How the Spirit Enables Us to Pray
Tradução – Cleber Olympio
Fonte – Militar Cristão
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Head Covering - O argumento espiritual - João Calvino

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1509 - 1564

Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.
[1 Coríntios 11:10]
“…Por este motivo, a mulher deve trazer em sua cabeça o sinal de poder.¹⁸ Dessa autoridade ele extrai um argumento¹⁹ em prol do decoro externo. “A mulher está submissa“, diz ele, “portanto deve usar o emblema de submissão.” No termo poder há um exemplo de metonímia,²⁰ posto que ele quer exibir um emblema por meio do qual a mulher declara que ela se encontra sob o poder de seu esposo; e tal emblema está na cobertura, seja um manto, um véu²¹ ou qualquer outra espécie de cobertura.²²
Há quem inquira se Paulo está fazendo referência somente à mulher casada, porquanto há aqueles que restringem o que Paulo ensina aqui, com base no fato de que isso não diz respeito às virgens, porquanto elas não estão sujeitas à autoridade de um esposo. No entanto, isso não passa de um equívoco, porquanto a visão de Paulo vai além, ou, seja, atinge a lei eterna de Deus, o qual criou o sexo feminino sujeito à autoridade dos homens. É dessa forma que todas as mulheres nascem, para que reconheçam sua inferioridade ao sexo masculino. Do contrário seria um argumento inconclusivo que Paulo extraiu da natureza, ao afirmar que, se uma mulher insiste em ter sua cabeça descoberta, então seria melhor rapá-la, e isso se aplica igualmente às virgens.
Por causa dos anjos. Esta passagem é explicada de diversas maneiras. Uma vez que o profeta Malaquias chama os sacerdotes de anjos de Deus [2:7], alguns acreditam que Paulo aqui está se referindo a eles. Não obstante, os ministros da Palavra em parte algum têm esse termo aplicado à sua pessoa sem que algo mais seja acrescido; além disso, esse sentido seria um tanto forçado. Portanto, eu o considero em seu sentido usual. Mas alguém poderia perguntar por que Paulo queria que as mulheres tivessem suas cabeças veladas por causa dos anjos. O que Isso tem a ver com eles? Alguns respondem que os anjos estão presentes quando os crentes se põem a orar, e são por isso espectadores de algum indecoro que furtivamente tiver ingresso em suas reuniões. Não obstante, que necessidade há de uma ideia tão engenhosa? Sabemos que os anjos estão em constante assistência, ainda mais sob Cristo como sua Cabeça, oferecendo-lhe seu ministério.²³ Quando, pois, as mulheres se aventuram a impor sua liberdade, ao ponto de usurpar o emblema de autoridade tornam manifesta sua vileza aos olhos dos anjos. Portanto, isso foi expresso à guisa de ampliação, como se ele quisesse dizer: “Se as mulheres descobrem suas cabeças, não somente Cristo, mas igualmente todos os anjos testemunharão tamanho ultraje.” E esta Interpretação se adequa muito bem ao propósito do apóstolo. Ele está tratando aqui da posição social que cada classe mantém. E ele diz que, quando as mulheres se põem numa posição mais elevada à que têm direito, elas granjeiam isto para si: põem a descoberto aos olhos dos anjos celestiais quão impudentes elas são.”…
Notas18. Doit auoir sur la teste vne enseigne qu’elle est sous puissance.” – “Ela deve ter sobre sua cabeça um emblema de que ela está sob autoridade.”
19. ‘Vn argument et consequente.” – Um argumento e inferência.”
20. ‘II y a de mot à mot au Grec, La femme doit auoir puissance sur la teste. Mais au mot de puissance il y a une figure appellee metonymie.” – “No grego temos literalmente: A mulher deve ter poder sobre sua cabeça. Mas, na palavra poder há uma figura chamada metonímia.”
21. C’est la couuerture de teste, soit un chapperon, ou couurechel, ou coille, ou chose semblable.” – “É uma cobertura da cabeça, seja um capuz, ou um chale, ou uma coifa, ou algo desse gênero.”
22. O termo εξουσια (exousia) é considerado por Bloomfield como sendo o nome de um artigo do vestuário, do qual se faz menção em Rute 3:15 e Isaías 3:23, e consistia de “uma peça de roupa de uma forma quadriculada lançada sobre a cabeça e amarrada debaixo do queixo”. Granville Penn, em contrapartida, a considera como sendo nada mais que o (τικατα κεφαλης no terceiro versículo do capítulo – algo sobre a cabeça, ou uma cobertura sobre a cabeça, e nota que era algo notável, que na versão de Wiclif (1380) a tradução é a seguinte: “a mulher terá uma manta em sua cabeça“, o que o dicionário explica como sendo uma cobertura.
23. “Et sont tousiours à son commandement et seruice.” – “E estão sempre a suas ordem e serviço.”
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João Calvino – Comentários 1 Coríntios (Cap.11) – Editora Fiel, p.386-387
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Graça e corrupção - Richard Sibbes

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1577–1635

“…Diz-se que o cristão é um pavio que fumega. Vemos, assim, que a graça não elimina a corrupção toda de uma vez, mas algo é deixado para que os crentes a combatam. As mais puras ações dos mais puros homens precisam de Cristo para perfumá-las; e tal é o seu ofício. Quando oramos, temos que orar outra vez para Cristo nos perdoar pelos defeitos de nossas orações. Considere alguns exemplos desse pavio que fumega: Moisés no Mar Vermelho, estando numa grande perplexidade, e não sabendo o que dizer, ou para que caminho se voltar, queixou-se a Deus. Não há dúvida de que foi isso um grande conflito para ele. Em grande angústia, não sabemos o que orar, mas o “Espírito faz petições com gemidos inexprimíveis” (Rm 8:26). Corações quebrantados não podem senão produzir orações quebrantadas.
Quando Davi esteve diante do rei de Gate (1 Sm 21:13) e se desfigurou de modo a ficar de uma maneira desagradável, naquela fumaça havia algum fogo também. Podes ver que Salmo excelente ele compõe sobre aquela ocasião, o 34, no qual, baseado na experiência, ele diz: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado” (Sl 34:18). “Eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos”. Há fumaça. “Não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas” (Sl 31:22).Há fogo.
Senhor, salva-nos, que perecemos” (Mt 8:25), gritam os discípulos. Aqui há fumaça de infidelidade, todavia, tanta luz da fé que os incitou a orar a Cristo. “Eu creio, Senhor”. Há luz. “Ajuda a minha incredulidade”. Há fumaça (Mc 9:24).
Jonas clama: “Lançado estou de diante dos teus olhos”. Há fumaça. “Todavia, tornarei a ver o templo da tua santidade”. Há luz (Jo 2:4).
Miserável homem que eu sou!”, diz Paulo, com senso de sua corrupção. Todavia, ele irrompe em ações de graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor (Rm 7:24). “Eu dormia”, diz a igreja em Cantares de Salomão, “mas o meu coração velava” (Ct 5:2). Nas sete igrejas, as quais por suas luzes são chamadas “os sete castiçais de ouro” (Ap 2 e 3), a maioria delas tinha muita fumaça junto com suas luzes.
A razão de tal mistura é que trazemos em nós um duplo princípio, graça e natureza. A finalidade disso em especial é nos preservar daquelas duas perigosas rochas contra as quais as nossas naturezas têm propensão a se chocar, a segurança e o orgulho, e a nos forçar a pôr nosso descanso sobre a justificação, não sobre a santificação, a qual, tem além da imperfeição, algumas manchas.
Nosso fogo espiritual é como nosso fogo vulgar aqui embaixo, ou seja, misturado. Em cima, o fogo fica puríssimo em seu próprio elemento; assim serão todas as nossas graças quando estivermos onde vamos estar, no céu, que é o seu próprio elemento. De tal mistura surge o fato de que os do povo de Deus têm julgamentos tão diferentes de si próprios, olhando por vezes a obra da graça, por outras o resto de corrupção, e quando eles consideram isso, pensam então que não têm graça alguma. Embora amem Cristo em suas ordenanças e seus filhos, todavia, não ousam pretender familiaridade tão próxima quanto a dele. Exatamente como uma vela no pedestal algumas vezes mostra sua luz, e algumas vezes a luz mostrada se perde; assim, por vezes ficam bem persuadidos de si mesmos e, por vezes, perplexos.”…
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Richard Sibbes – The Complete Works, Volume 1 – CHAPTER YI. Grace is mingled with Corruption
Tradução – Silvio Dutra
Fonte – Retorno ao Evangelho Verdadeiro
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Uma boa razão para esconder a Palavra de Deus em nossos corações - Thomas Manton

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1620 – 1677
Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Salmos 119:11).
“….As razões pelas quais este é um grande dever e prática dos santos, o esconder a Palavra em seu coração são duas: primeiro, para que possamos tê-la pronta para o nosso uso. Armazenamos princípios para que possamos expressá-los em todas as ocasiões. Quando a Palavra está escondida no coração, ela estará pronta para sair na língua e prática, e estará perto para nos direcionar em todos os deveres e exigência. Quando as pessoas correm para o mercado por cada denário, não se tornam boas empregadas. Estar à procura de confortos, quando deveríamos usá-los, ou correr para um livro, não é tão abençoado como escondê-lo no coração. “Por isso, todo o escriba instruído acerca do reino dos céus… tira do seu tesouro coisas novas e velhas” [Mateus 13:52]. Ele não tem somente o crescimento deste ano, mas a coleta do ano passado (pois assim é a alusão): ele não tem somente da mão para a boca, mas um bom estoque dela. Assim deve ser com o Cristão, o que é uma grande vantagem.
Primeiramente, isto evitará pensamentos vãos. Por que o mal é tão disposto e presente conosco? Porque o nosso estoque de conhecimento espiritual é tão pequeno. Um homem que tem um bolso com mais centavos de bronze do que peças de prata, mais facilmente tirará centavos do que xelins, seu estoque é melhor. Assim, os pensamentos vãos serão mais propensos a nós, a não ser que a Palavra habite ricamente em nossos corações. “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração” [Mateus 12:35]. As operações dos nossos espíritos são como o nosso tesouro e estoque. A mente trabalha sobre o que encontra em si mesma, como um moinho mói o que for colocado nele – palha ou milho. Portanto, se quisermos evitar pensamentos e reflexões de vaidade durante do dia todo, devemos esconder a Palavra em nossos corações.
Em segundo lugar, quando você está sozinho e sem ajuda exterior, o coração suprirá você com questões de conselho, ou conforto, ou repreensão: “meus rins me ensinam de noite” [Salmos 16:7]. Quando estamos sozinhos, e há um véu de escuridão colocado sobre o mundo, e nós não temos o subsídio de uma Bíblia, um ministro, ou amigos Cristãos, nossos rins nos instruirão, nós podemos retirar de nosso coração aquilo que será para o nosso refrigério. Um Cristão deve ser uma Bíblia ambulante: ter um bom estoque e tesouro em si mesmo.
Em terceiro lugar, isto nos suprirá em oração. Esterilidade e magreza de alma é um grande defeito, que os filhos de Deus, muitas vezes queixam-se. Uma grande razão é porque a Palavra de Deus não habita abundantemente neles. Se o coração fosse muitas vezes exercitado na Palavra, as promessas elevariam o nosso coração em oração, ampliariam nossas afeições, e seríamos mais capaz de derramar o nosso espírito diante dEle. “O meu coração ferve com palavras boas” [Salmos 45:1]. O que se segue? “A minha língua é a pena de um destro escritor”. Quando o coração está cheio, a língua será solto e falará livremente. Qual é a razão de estarmos tão débeis e com a língua presa na oração? Porque o coração é tão estéril. Quando a primavera está seca, haverá pouca água no córrego. “Tomai … a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” então, o que segue: “com toda a oração e súplica” [Efésios 6:16-17]. Quando temos uma boa reserva da Palavra, esta irromperá em oração.
Em quarto lugar, isto será um grande auxílio para nós em todos os nossos afazeres.Provérbios 6:21–22, falando sobre os preceitos de Deus “Ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo”. Em todas as ocasiões a Palavra estará pronta para lançar-se em pensamentos oportunos. Quando acordarmos, nossos primeiros pensamentos na manhã começarão com Deus, para temperar o coração todo o dia, e enquanto nós estivermos e nosso negócio, a Palavra estabelecerá nossos corações no temor de Deus, e quando dormirmos, ela nos protegerá de sonhos e imaginações vãos. Em um homem ímpio, o pecado ocupa todos os seus pensamentos: isto o ocupa todo o dia, opera em sua fantasia toda a noite, isto o solicita por primeiro na parte da manhã, porque ele é um estranho à Palavra de Deus. Mas um homem que é uma Bíblia para si mesmo, a Palavra sempre será sobre ele, instando-o a dever, restringindo-o do pecado, dirigindo-o em seus caminhos.
Quinto, ter a Palavra preparada é um grande alívio contra as tentações. A Palavra é chamada de “A Espada do Espírito”. Nos conflitos espirituais não há nada como ela. Aqueles que cavalgam no exterior em época de perigo, não estarão sem uma espada. Nós estamos em perigo, e temos necessidade de manejar a Espada do Espírito. Quanto mais preparada a Escritura estiver conosco, maior a vantagem em nossos conflitos e tentações. Quando o Diabo veio para tentar Cristo, Ele tinha a Escritura pronta com ele, através da qual Ele venceu o tentador. A porta é barrada para Satanás, e ele não conse-gue encontrar tal entrada fácil, quando a Palavra está escondida em nossos corações, e feito uso com pertinência. “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes”. Onde reside a sua força? “E a Palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o maligno” [1 João 2:14]. Ó que grande vantagem quando temos a Palavra, não apenas conosco, mas em nós, enxertada no coração! Quando ela está presente conosco, somos mais capazes de resistir aos ataques de Satanás. Tanto um homem se esquece da Palavra ou tem perdido suas afeições por ela, antes que ele possa ser inclinado para o pecado.
Em sexto lugar, é um grande alívio nas aflições. Nossa fraqueza em tribulações advém da ignorância ou esquecimento: “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido” [Hebreus 12:5]. Se tivéssemos uma erva crescendo em nosso jardim, que poderia facilitar a nossa inteligência, em que, somos nós melhores se nós não a conhecemos? Não há nenhuma doença, senão a que tem o seu remédio na Palavra. Ter um consolo disponível é um grande alívio.
Em sétimo lugar, torna a nossa reunião e conversa com outras pessoas mais graciosas. “Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” [Mateus 12:34]. Quando temos um grande tesouro escondido na alma, isto sairá na língua, pois há uma estreita relação entre o coração e a língua. A torneira se comporta de acordo com o licor com o qual o recipiente é cheio. Venha para homens de espírito desagradável, fure-os, espete-os, dê-lhes ocasião de novo e de novo para o discurso, e você não ganha nada, senão a comunicação espumosa e vão falar deles. Mas, agora, um homem que tem armazenado o seu coração com a Palavra é sempre e logo a interposição para Deus. Como uma garrafa cheia de vinho, ele deve ter abertura. Como dos lábios da Esposa é dito “cair como favos de mel”, eles estão sempre fazendo brotar expressões temperadas em sua conversa com outras pessoas.”…
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Thomas Manton – A Palavra de Deus em nossos corações
Fonte / tradução: O Estandarte de Cristo
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Se a mulher não se cobre com o véu, tosquie-se - João Calvino

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1509 - 1564

Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu” [1 Coríntios 11:5-6]
“…Toda mulher, porém, que ora e profetiza. A segunda proposição é que a mulher deve manter sua cabeça coberta quando ora ou profetiza, doutra sorte estaria desonrando sua cabeça. Pois o homem honra sua cabeça manifestando publicamente que é independente; semelhantemente, a mulher assim procede a fim de mostrar que ela está em submissão. Em contrapartida, se a mulher descobre sua cabeça, ela estará se desvencilhando da submissão devida, e com isso demonstra, ao mesmo tempo, desconsideração por seu esposo. Não obstante, pode parecer desnecessário a Paulo proibir uma mulher de profetizar com a cabeça descoberta, visto que em 1 Timóteo 2:12 ele sumariamente priva a mulher de falar na igreja. Portanto, as mulheres não têm o direito de profetizar, nem mesmo com suas cabeças cobertas; e a conclusão óbvia é que para Paulo é perda de tempo prosseguir discutindo aqui a questão da cobertura [da cabeça]. A isso respondo que, ao desaprovar o apóstolo uma coisa, aqui, não significa que está aprovando a outra, ali.Pois quando as censura de profetizarem com a cabeça descoberta, ele não está absolutamente fazendo urna concessão para profetizar, senão que está protelando a censura contra este erro para outra passagem [cap.14]. Esta é uma resposta perfeitamente adequada. Entretanto, pode-se adequar a situação plenamente hem, dizendo que o apóstolo espera das mulheres esta conduta modesta, não só no local onde toda a congregação se reúne, mas também em qualquer outra das reuniões mais formais, seja de senhoras, seja de senhores, como às vezes sucede em reuniões domésticas privativas.
Porque é como se a tivesse rapada. Ele então se vale de outras razões para ultimar sua tese de que é inconveniente às mulheres conservarem suas cabeças descobertas. A própria natureza revela que isso é um horror, diz ele. Uma mulher com sua cabeça rapada é algo asqueroso, deveras uma visão que agride a natureza. Presumimos disto que à mulher foi dado seu cabelo como uma cobertura natural. Se alguém contesta que seu cabelo, sendo sua cobertura natural, é tudo qual importa, Paulo diz que não, pois esta é uma cobertura de tal gênero e requer outra para cobri-la. E daqui podemos aventurar-nos a uma conjetura provável de que as mulheres que possuíam uma invejável cabeleira tinham o hábito de aparecer em público com a cabeça descoberta com o fim de exibir sua beleza. Portanto. Paulo, intencionalmente, remedia tal erro, expressando um conceito completamente oposto ao delas, a saber: que em vez de torná-las atraentes aos olhos dos homens, e despertar sua luxúria, só serviam de espetáculo indecoroso¹⁵.“…
15 .Sainct Paul pour remedier à ce vice, propose tom le contraire de ce qui kur sembloit; disant s’en Paul qu’en cela tl y ait vne beaute pour attirer les hommes à connoitise. que plusrot c’est ene nese laide et deshonneste.” – “Sáo Paulo, com vistas a remediar este viço, apresenta muito bem o reverso do que lhes parecia-dizendo que. nolugar de haver beleza nessa atitude com o intuito de seduzir os homens. ao contrario era unia coisa em extremo feia e inconveniente.”
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João Calvino – Comentários 1 Coríntios (Cap.11) – Editora Fiel, p.383-384
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O dia e a palavra do Senhor - Martinho Lutero

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1483 - 1546

Guarda o dia de shabbath, para o santificar, como te ordenou o SENHOR teu Deus. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho. Mas o sétimo dia é o shabbath do SENHOR teu Deus.” [Deuteronômio 5:12-14ª]
“…Reconheço aqui que no dia de descanso devo, em primeiro lugar, ouvir a palavra de Deus e refletir sobre ela, e, segundo a mesma palavra, agradecer e louvar a Deus por todos os seus benefícios, bem como orar por mim e pelo mundo todo. Quem procede deste modo no dia de descanso, esse o santifica. Quem não o faz age pior do que aqueles que nele trabalham. Em segundo lugar, agradeço nesse mandamento pela grande benção e graça de Deus por nos ter concedido sua palavra e pregação, nos mandando praticá-la em especial no dia de descanso. Não há coração humano que possa valorizar o bastante esse tesouro, pois sua palavra é a única luz nas trevas desta vida, e é palavra de vida, de consolo, fonte de toda bem-aventurança. E onde não estiver presente a querida e salutar palavra, existe só a terrível e assustadora escuridão, o engano, o sectarismo, a morte, toda sorte de infelicidade e tirania do diabo, como se apresenta todos os dias diante dos nossos olhos”…
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Martinho Lutero – Obras Selecionadas Vol. 5. Ed. Sinodal, 2005, p. 141-142
Fonte – Fabrício Zamboni
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Todos pecaram - John Murray

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1898 – 1975

Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” [Romanos 3:23]
“…A cláusula “todos pecaram” (v.23) encara o pecado de cada ser humano como “um fato histórico do passado” (Meyer, ad loc.). O tempo verbal empregado abrange todo aspecto no qual possa ser contemplada a pecaminosidade da raça humana; e não seríamos capazes de defender a ideia de que tal declaração se restringe ao pecado de Adão e ao envolvimento de sua posteridade (cf. Rm 5:12). O interesse do apóstolo, nesta altura, é afirmada que, sem importar as diferenças que existem entre os membros da raça, no tocante ao agravamento que intensifica a pecaminosidade de cada um, todos eles, sem exceção ou discriminação, encontram-se na categoria de pecadores (cf. v.9-10).
O significado da cláusula coordenada “e carecem da glória de Deus” não se torna evidente de imediato; existem diversas possibilidades. O verbo grego similar “faltar”, “ter falta de”, “estar destituído de” (cf. Mt 19:20Lc 15:141Co 1:71Co 8:81Co 12:24Fp 4:12). Refere-se a uma condição e não a uma ação, embora, é claro, tal condição possa originar-se da ausência de uma ação que remediaria ou impediria a condição. O pensamento que suscita dificuldade e respeito do qual os comentadores diferem é este: no que consiste a glória de Deus que nos falta e da qual estamos destituídos? Existem quatro possibilidades:
(1) deixa de render glória a Deus, de glorificá-Lo ou de fazer aquilo que contribui para o louvor de sua glória (quanto a este uso de termo “glória”, cf. Lc 17:18At 12:23Rm 4:201Co 10:312 Co 4:152Co 8:19Fp 1:11Fp 2:111Ts 2:6Ap 4:9,11Ap 11:13;Ap 14:7Ap 16:9);
(2) deixar de receber a glória, a honra ou a aprovação que são proporcionadas por Deus (cf. Jo 5:41,44Jo 8:50Jo 12:43Rm 2:7,10Hb 3:31Pe 1:72Pe 1:17);
(3) ficar aquém do refletir a glória de Deus, ou seja, não conformar-se à sua imagem (cf. 1Co 11.72Co 3.182Co 8.23);
(4) deixar de receber aquela glória final que será dispensada ao povo de Deus, por ocasião da volta de Cristo (cf. Rm 5.2Rm 8:18,211Co 2:71Co 15.432Co 4:17Cl 1:27Cl 3.42Ts 2:142Tm 2:10Hb 2:101Pe 5:1,4).
Esta dificuldade torna-se acentuada pelo fato de não existir qualquer expressão correspondente a esta no Novo Testamento, e uma boa argumentação poderia ser apresentada em favor de cada uma destas quatro interpretações. Poderíamos apenas indicar que as considerações pendem levemente em favor da interpretação 3.
(a) Paulo usa o tempo presente de um verbo que descreve um estado ou uma condição. Portanto, deveríamos concluir que ele estava pensando sobre a condição presente de todos os homens, a qual tem origem no pecado; e isso está coordenado com o fato de que todos pecaram. Esta consideração tornaria a interpretação 4 menos sustentável.
(b) Se a interpretação 1 fosse a tencionada pelo apóstolo, seria razoável supor que ele teria inserido algum outro vocábulo, tal como “dar” glória a Deus, de acordo com o padrão do uso geral do Novo Testamento ou de acordo com os padrões do próprio apóstolo; ou teria utilizado a preposição “para”, adaptando toda a expressão de modo que dissesse “para a glória de Deus”, tal como se vê nas passagens citadas na interpretação 1.
(c) Embora possamos, conforme o uso costumeiro do Novo Testamento, aplicar a frase “a glória de Deus” ao louvor que vem da parte de Deus (cf. Jo 12:43), a forma mais perspicaz, nesta conjuntura, seria “glória da parte de Deus”.
(d) É característico de Paulo retratar aquilo que a redenção garante, em contraste com aquilo que fora trazido pelo pecado, como uma transformação segundo a imagem de Deus (cf. 2Co 3:18). Ao expor em detalhes a nossa presente condição, nada seria mais pertinente ou descritivo do que defini-la em termos de nossa destituição. Estamos destituídos daquela perfeição que reflete a perfeição divina e, por conseguinte, da glória de Deus.
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John Murray –  Comentário Bíblico em Romanos – Editora Fiel, p.139-141
Fonte: Monergismo
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Apresentação do 'Prática da Piedade'

O testemunho da Escritura é de que a Piedade é proveitosa para todas as coisas, residindo nela a promessa da vida que é, e da vida que há de vir [cf. 1 Timóteo 4:7,8].

E o que é Piedade?
É a qualidade de uma determinada prática de vida relacionada a Santidade pessoal, contrária às paixões carnais e mundanismo [Tito 2:11-13; 2 Pedro 3:10-12]. A palavra no original Grego do Novo Testamento, traz consigo o significado de uma ordeira e boa resposta do coração em reverência ao Senhor Deus. Uma outra forma de definir Piedade é descrevê-la como uma atitude pessoal para com o Senhor Deus, na forma de uma vida cujo objetivo é honrá-lO e agradá-lO.

A Piedade é proveitosa para a vida agora, conduzindo-nos em Cristo para toda a paz para com Deus, que nEle se pode receber; regozijo no Senhor, em nosso espírito, com todo prazer e alegria em Deus, nosso bom Pai e Salvador; contentamento para com os atos da Providência do Senhor. A Piedade não nos conduzirá a prosperidade, boa reputação, amigos, saúde ou tranquilidade - nada disto é prometido para o Piedoso; mas, quão maior é a felicidade de sabermos que o Piedoso será ouvido pelo Senhor em suas orações, e terá alegria nEle desde agora e para sempre! Na Piedade há promessa e esperança, de Cristo, em quem se esconde a vida do Crente, de estar unido com Cristo agora e por toda eternidade.

Nas palavras de Thomas Watson, "Como a jóia está para o anel, assim a Piedade está para a alma, ornando-a aos olhos de Deus. A Razão nos faz humanos; a Piedade nos faz anjos sobre a Terra; pela Piedade nós 'tomamos parte da natureza Divina' [2 Pedro 1:4]. A Piedade é mui próxima da glória: é 'glória e virtude' [2 Pedro 1:3]. A Piedade é a Glória em forma de semente; e a Glória é a Piedade em flor."

Assim, cremos, está mais do que justificado nosso desejo e obra em dedicar este Blog a tudo o que for útil e exemplar para nos exortar e dirigir na Prática da Piedade. Oh, Senhor, ajuda-nos, sustenta-nos, guia-nos e frutifica este trabalho!

Teologia e Pregação Reformada Experimental

O que é Teologia e Pregação Reformada Experimental? Muitas vezes chamado de Calvinismo Experimental ou Calvinismo Experiencial, se refere a uma tal forma de religião, construída sobre a Escritura Somente, fundamentada em Cristo Jesus, na qual, buscando-se incessantemente a Glória de Deus em todas as coisas, se testa ou prova, se exercita no conhecimento prático de toda Doutrina Bíblica. Entendemos que há uma vital relação entre a Teologia Prática e a Piedade; como a Escritura diz, é desejável e há regozijo e benção no exercício do Conhecimento da Verdade que é segundo a Piedade [Tito 1:1].

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