"...Separe algum tempo, de vez em quando, para ficar a sós com o Senhor - buscando, sinceramente, Sua especial ajuda e graciosa aceitação - sondando o seu coração para verificar se você esta desejando, realmente, abandonar seus pecados, submeter-se de corpo e alma a Deus e ao Seu Serviço; servi-Lo em santidade e retidão todos os dias de sua vida.
Ponha o seu espírito na postura mais séria possível adequada a uma transação de tão elevada importância. Lance mão do concerto de Deus e apoie-se na Sua promessa de dar graça e força, com as quais você será capaz de cumprir a sua promessa. Não confie na sua própria força, na força de suas próprias resoluções; mas aposse-se da força dEle.
Estando assim preparado, devido ter separado algum tempo para esse propósito, inicie o trabalho e, solenemente, como se estivesse diante do Senhor, ajoelhe-se e elevando seus braços para o céu abra o seu coração para Ele, orando mais ou menos assim:
'Oh, Santíssimo Deus, pela paixão de Teu Filho, imploro que aceite Teu pobre pródigo, que agora se prostra diante da Tua porta. Afastei-me de Ti pela minha iniquidade e sou, por natureza, filho da morte e muitas vezes mais filho do inferno pelas praticas pecaminosas. Mas, na Tua infinita graça, Tu me prometeste misericórdia em Cristo, se eu, simplesmente, voltar-me para Ti de todo o meu coração. Assim, pelo chamado do Teu Evangelho venho agora e, despojando-me de minhas armas, submeto-me a Tua misericórdia. E agora, visto que exiges, como condição de minha paz conTigo, que eu extermine meus ídolos e me oponha a todos os Teus inimigos com os quais, reconheço, tenho compartilhado contra Ti, renuncio do fundo do meu coração a todos eles, comprometendo-me firmemente conTigo a não me permitir a prática de qualquer pecado consciente, mas a empregar decididamente todos os meios preceituados por Ti, a fim de mortificar e destruir, totalmente, todas as minhas corrupções. E embora no passado eu tenha posto minhas afeições no mundo, idólatra e desordenadamente, submeto o meu coração a Ti, que o fizeste, declarando humildemente diante de Tua gloriosa majestade, que a firme resolução do meu coração é que eu, sinceramente, desejo a Tua graça, para que quando Tu me requerer eu possa pôr em prática esta resolução mediante Tua ajuda. Desejo abandonar tudo o que aprecio neste mundo, ao invés de deixar-Te e seguir pelas sendas do pecado. Quero estar vigilante contra todas as tentações, seja na prosperidade ou na adversidade, a fim de que elas não afastem meu coração de Ti. Rogo-Te, também que me ajudes a não cair nas tentações de satanás a cujas sugestões ímpias resolvo, pela Tua graça, jamais me submeter como escravo. E, visto que minha justiça é como trapo de imundícia, renuncio a toda confiança nela depositada, reconhecendo que sou, em mim mesmo, uma criatura desesperançada, desamparada e destruída, sem força e sem justiça.'"...
Joseph Alleine - An alarme to the unconverted (publicado com o título "Um guia seguro para o céu") p.43
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Especializada em Literatura Reformada e do Puritanismo